Percurso Temático
Influências na formação nacional brasileira, nas artes, nas revistas literárias, no ideário político, no pensamento revolucionário, nas construções urbanas. Intercâmbios técnicos, acadêmicos, literários. Vastas foram – e continuam sendo – as relações entre França e Brasil, ao longo dos séculos.
Sob a denominação de "Lógicas Coloniais", se apresentam manifestações e acontecimentos ocorridos durante a colonização da então denominada América portuguesa, como disputas territoriais – com a formação da França Antártica e da França Equinocial, e o estabelecimento da Guiana Francesa – e o influxo dos revolucionários princípios franceses, que apresentavam ao Novo Mundo as tendências políticas mais inovadoras e, por isso mesmo, mais temidas nesse período, que passou a ser classificado como Antigo Regime.
Com o fim do Antigo Regime, iniciava-se a construção do Estado imperial brasileiro. As "Matrizes Nacionais" instituem-se, então, nesse âmbito, com o século XIX funcionando como um marco do estabelecimento da nação chamada Brasil. Nesse sentido, os modelos franceses ajudaram a construir uma visão do país, tanto para os brasileiros, como para os estrangeiros, especialmente os europeus. A Missão Artística, as imagens dos viajantes que vinham ao Brasil, a literatura e o ensino franceses formaram os principais vieses de interligação cultural.
Quando se inauguram os "Tempos de Trocas", intensificam-se os intercâmbios entre as nações, principalmente na difusão do saber acadêmico, na implantação do movimento modernista no Brasil – que repercutiu nas artes plásticas e na literatura, primordialmente –, e nos escritos desenvolvidos por estudiosos como George Bernanos, que interagiam com a produção intelectual brasileira da primeira metade do século XX.
Assim, a partir desses três grandes eixos temáticos, torna-se possível perceber que as conexões entre os dois países, nos diferentes períodos e contextos históricos, compõem, assim, a base estrutural para se compreender "A França no Brasil".